terça-feira, 22 de março de 2011

Aventura Operação Irlanda

Foi no dia 24 de Fevereiro pela tarde que fui conduzido pelos meus pais rumo ao aeroporto de Lisboa para seguir para Dublin com 2 malas e o meu bilhete só de ida. Mesmo sem a garantia de um emprego em Dublin e com pouco dinheiro no bolso decidi que esta seria a aventura da minha vida «A Operação Irlanda» assente somente em algumas  entrevistas de emprego, boas perspectivas e muita determinação. Essas boas perspectivas começaram a ser cada vez menores, comecei a ter menos telefonemas para entrevistas, a espera por respostas começou a ser mais longa e eu continuava sem emprego. 

Certo dia, vinha a caminho de casa e ouvi o telemóvel (pensei –EMPREGO!), mas não,  era o meu pai com voz de caso e que não tinha boas noticias «A avó faleceu esta manhã». Para além de não ir a casa chorar junto com os “meus” ainda tinha uma entrevista de emprego no dia a seguir. A entrevista foi praticamente à hora do funeral da minha avó e eu ainda tive de ir entusiasmado e com um sorriso na cara. Mais triste fiquei quando o “artista do irlandes” me disse que era um estágio não remunerado, pensei para mim «merda dessa também há por Lisboa».

É nesse momento que a determinação começa a ser passada pelo desânimo e desespero, tornando-se a resiliência a tábua de salvação. Emfim, segue-se em frente… se não encontro emprego na área vou tentar encontrar algo que me pague as contas, porque desistir e voltar para casa está fora de questão. Então comecei a dar lições de português a uma estrangeira e preparei o meu CV versão Pub (dando enfase aos meus tempos de mocidade em que era empregado de mesa em casamentos) para começar o Plano B da Operação Irlanda (na verdade não havia um plano A).

No dia em que fui imprimir os CVs versão Pub  ao FÁS (Irish National Training and Employment Authority  - equivalente ao nosso centro de emprego),  onde se pode imprimir 10 CVs por dia e ter acesso a anúncios de emprego actualizados diariamente e fazer chamadas gratuitas para os empregadores, segui para o Temple Bar (zona da Pubs e bares de Dublin – O Bairro Alto cá do sítio, mas com música boa) para ir entregando CVs nos Pubs que tivessem anúncio na janela. Na verdade só entreguei 2 CVs, não havia mais anúncios.

Quando estava para ir para casa, liga-me a “maluca da hospedeira” (no bom sentido) que estava no centro e que queria beber uma. Inverti a marcha (também conhecida como “fazer uma Toureira”) e fomos para uma esplanada (sim com 12º C e sem chuva é de aproveitar as esplanadas). Nisto toca o telemóvel, mas desta vez era um número +353 para marcar uma phone interview para uma empresa muito conhecida e interessante. Fiquei entusiasmado, mas entrei em delírio quando recebi outra chamada de um +353 do meu amigo recrutador (tantas vezes que já tinhamos falado que acabamos por estabelecer laços J) que a resposta por qual eu tanto esperava era positiva – Finalmente eu tinha um emprego. Depois de uns quantos telefonemas a dar as boas novas…tinha de comemorar. Como é que se comemora na Irlanda? Da mesma forma que em Portugal. Fomos para um Pub beber umas jolas.



Este é o primeiro Capítulo desta Aventura “Operação Irlanda” por isso, não percam o próximo episódio, porque nós também não.

Deixo-vos com esta citação de Fernando Pessoa:

“Vive mais Quem Vive Maior”

3 comentários:

  1. Flávio, nunca perder a coragem e o ânimo é meio caminho andado para atingirmos os nossos objectivos e corrermos atrás dos sonhos. Se isto em Portugal ficar feio para o meu lado, até pode ser que me junte a vós em Dublin :)

    ResponderEliminar
  2. Flávio,
    Fico muito contente por teres conseguido!
    O teu exemplo mostra que não devemos deixar a inércia e o desânimo tomar conta de nós.
    Desejo-te muita sorte e tudo de bom.
    Bjs
    Ana PT

    ResponderEliminar
  3. Fiz exactamente, sem grandes perspectivas de emprego mas com a vantagem de ter cá amigos e casa para mudar. E agora cá estou, vale sempre a pena mudar nem que seja só pela experiência.

    ResponderEliminar